sábado, 11 de abril de 2020

Quarentena 2


Trancafiado em casa, bombardeado com tanta "informação", de tanta gente preocupada com o meu bem estar, lembrei-me de uma música do "Raíces de América" que foi vice-campeã no Festival Shell de MPB (1982). Ela diz: "... o interesse fabricou carimbos, o ódio à toa levantou paredes, a baioneta desenhou fronteiras e a estupidez nos separou em bandeiras..."

A China isolou Wuhan; depois, fechou suas fronteiras. A Itália isolou a Lombardia; a Espanha fechou-se... Pedras de um dominó planetário, caindo umas após as outras, desprezando convenções, ignorando montanhas, serras e mares. Um vilão invisível, intercontinental, inter-racial, alheio aos status quo.

Para lembrar-nos o óbvio: somos uma coisa só, estamos todos unidos, de alguma forma, à Natureza. E como já dizia aquele sábio líder indígena: "tudo o que se fizer à terra recairá sobre os filhos da terra". Somos as microcélulas de um universo pulsante, vivo. Nós somos os anticorpos do organismo universal, por isso raciocinamos: para criar defesas e protegermos a vida, em todas as suas formas.

Isso é uma dádiva ! Uma bênção pela qual devemos ter gratidão. A vida na Terra nos vê como amigos e protetores; não como covardes. Agir contra ela, por interesses mesquinhos, é a maior covardia do ser humano.

Sempre que nós mesmos nos tornarmos uma ameaça caberá ao cosmos manifestar sintomas, agredindo-nos, chacoalhando-nos, despertando-nos. Incitando-nos a avançar, evoluir...

A opção "falhar" não existe.

Nossos espíritos irmanados singrarão essa tormenta; nossas mentes e corações aportarão em porto seguro, ainda mais saudáveis...

É um começo.

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