O Cebolinha começa a explicar para o Cascão o seu mais novo plano "infalível".
"_ A gente tlansmite um monte de campeonatos: estaduais, fedelais, sul-amelicanos, eliminatólias da Copa, Copa do Blasil, Eulocopa... E passa futebol todos os dias."
"Mas, isso não vai dar overdose no público ? -- pergunta o Cascão (com aquela carinha de Cascão desconfiado) --, e a pandemia ? Não vão achar muita movimentação de pessoas ?"
"_ Quieto, Cascão !" -- interrompe o Cebolinha -- "Aí é que está o tluque: a gente convence todo mundo que os nossos campeonatos são os bonzinhos. A gente pega um, isolado, e explica que o nosso só vai ter outlo jogo, daqui mil dias... É difelente de tlazer mil jogadoles duma vez."
"_ Mas, Cebolinha, mil jogadores no Brasil não é nem uma gota no oceano, Com os protocolos não vai ter problema nenhum; vão dividir os times em quatro estados... E eu ouvi dizer que a seleção brasileira não quer jogar a Copa América porque, na verdade, os jogadores querem FÉRIAS."
"_ Não intelessa, Cascão ! Vamos dizer pla todo mundo que o motivo É SOCIAL. Não é político nem intelesseilo. Vamos dizer que nós semple fomos contla a lealização de todos os campeonatos. Mas, já que estão aí... Agola, aceitar a lealização de um campeonato tlansmitido pela SBenTuça da Mônica, nem pensar."
"_ Mas, Cebolinha -- ponderou o Cascão --, pau que bate em Chico, não bate em Francisco ? Se somos contra, por que narramos e comentamos ? Dizemos a eles, no nosso trabalho, pra eles não trabalharem porque, senão, nós trabalharemos ? Isso não é covardia nossa ? Por sermos da mídia, não deveríamos dar o exemplo ? Por que os apresentadores de jornais podem ir trabalhar (sem máscara) e os demais trabalhadores não podem ? Não é saudável ganhar o pão com o suor do próprio rosto e alimentar a família ? O que é que tem de "essencial" num telejornal ?
O Cebolinha fez aquela cara de pensativo, rasgou os papéis com o novo plano e disse:
"_ Ai, Cascão ! Já vi que você vai estlagar tudo de novo, seu bolsonalista! De volta à velha plancheta".